segunda-feira, 27 de julho de 2009

MORMONS GAY

Marcelo Todaro

Como assinante dos alertas do Google recebo frequentemente avisos sobre a publicação de notícias de meu interesse. Um dos alertas que configurei tem como termo de pesquisa a palavra “mórmon” — gosto de estar a par do que a mídia diz da Igreja e de seus membros. Geralmente são coisas boas, mas hoje o alerta do Google me trouxe isto: uma notícia sobre um site de e para “mórmons gays” chamado Afirmação.

Sempre soube da existência dessa organização e sempre combati o conceito de “mórmon gay” — no sentido de ser gay praticante e, ainda assim, ser membro da Igreja. Não existe isso. A pessoa ou é mórmon ou é gay. As condições são auto-excludentes.

O problema é que esses irmãos homossexuais que se dizem mórmons já foram ou desejam ser membros da Igreja, daí se auto-denominam mórmons, podendo levar a opinião pública a supor que a Igreja aceita o batismo de homossexuais.

O que a Igreja aceita é a presença de homossexuais em suas reuniões. Todas as pessoas são bem-vindas para congregar conosco, gays inclusive. Mas a mera frequência às reuniões não torna ninguém em membro da Igreja. A associação formal a ela se dá através do batismo por imersão realizado por quem tenha a devida autoridade do sacerdócio de Deus. O candidato ao batismo precisa estar disposto a assumir e cumprir certos compromissos com Deus e com a Igreja para que possa ser aceito como membro formal. Um desses compromissos é a obediência ao que chamamos de Lei da Castidade, que requer abstinência sexual antes do casamento e fidelidade ao cônjuge do sexo oposto depois. Obviamente, gays não se encaixam em nenhum dos casos, portanto não podem ser aceitos pelo batismo na Igreja — a menos que abandonem as práticas homossexuais (ainda que conservem o sentimento de atração por pessoas do mesmo sexo). Eis porque não pode haver “mórmons gays”.

Se houver membros formais da Igreja praticando o homossexualismo, serão excomungados tão logo sejam descobertos caso não abandonem a prática. Eis o que acho ser a condição de vários desses que se dizem “mórmons gays”.

É importante ter em mente que ex-membros excomungados continuam bem-vindos às reuniões dominicais de adoração, como sempre foram e como é qualquer pessoa. A diferença é que, como qualquer não membro, essas pessoas não gozam de todos os direitos e privilégios dos membros regulares — por exemplo, não podem ser chamadas para servir em cargos eclesiásticos e não podem frequentar o templo —, mas podem participar de atividades abertas ao público, como as reuniões dominicais de adoração, bailes, esportes e lazer.

Espero com este artigo ter feito minha parte para esclarecer eventuais mal-entendidos ocasionados pela divulgação de notícias contendo a equivocada expressão “mórmon gay”.

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